“A Porta da Fé que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós”.
No dia 11 de outubro de 2012, junto à comemoração do cinquentenário do Concílio Vaticano II e dos vinte anos de Catecismo da Igreja Católica, tem início o Ano da Fé. “Convite para uma autentica e renovada conversão ao Senhor”, conforme definiu o Papa Bento XVI, o Ano da Fé convoca os católicos a estreitarem suas relações com Cristo e intensificarem o testemunho da caridade.
* Retirado da Revista Ave Maria, ano 114, outubro de 2012, pág. 24 e 25.
No dia 11 de outubro de 2012, junto à comemoração do cinquentenário do Concílio Vaticano II e dos vinte anos de Catecismo da Igreja Católica, tem início o Ano da Fé. “Convite para uma autentica e renovada conversão ao Senhor”, conforme definiu o Papa Bento XVI, o Ano da Fé convoca os católicos a estreitarem suas relações com Cristo e intensificarem o testemunho da caridade.
A convite da Revista Ave Maria, Dom Roberto Ferreria Paz, bispo de
Campos (RJ), mostra os caminhos para a vivência da fé no dia a dia e
Ângela Cabrera analisa a presença e o significado da fé nos livros
bíblicos.
Um caminho a percorrer
Por Dom Roberto Francisco Ferreria da Paz
Com a Carta Apostólica Porta Fidei, o
Papa Bento XVI gloriosamente reinante, anunciou a abertura do Ano da Fé
no dia 11 de outubro de 2012, que culminará na Festa de Cristo Rei, no
dia 24 de novembro de 2013.
Essa mesma celebração de um ano dedicado
à fé aconteceu em ocasião do 19º centenário dos apóstolos Pedro e
Paulo, em 1967, sendo convocada pelo Papa Paulo VI e aprovada uma
profissão de fé, atual e consubstanciada com a reflexão teológica do
Concílio Vaticano II.
Estamos há 50 anos da abertura desse
evento, que foi uma “verdadeira primavera da nossa Igreja”: uma
transformação de suas estruturas, de sua mentalidade e forma de se
relacionar com o mundo. Este novo Ano da Fé possibilitará refazer o
itinerário que brota do Batismo e só é consumado na nossa morte
terrestre, entrando definitivamente na vida eterna.
O atual Ano da Fé é um caminho para
retomar o ato da fé em sua integralidade, que supõe o consentimento da
razão, da vontade e que tem início no coração. Essa mesma fé deve ser
confessada e testemunhada publicamente; a fé que o Concílio Vaticano II
definiu como “viva, explícita e operosa”, deve ser cada vez mais
fundamentada no conhecimento profundo da Palavra. Fé que anseia
compreender e entender melhor, articulando um discurso sistemático sobre
Deus e a pessoa humana, a criação e a salvação e, finalmente, o destino
eterno.
A fé é uma virtude teologal que exige
ser celebrada e alimentada, mas também vivenciada no dia a dia,
confrontando os desafios do cristão inserido numa cultura relativista e
certamente difusa e pluralista.
Antes podíamos supor a fé dos cristãos:
hoje, a iniciação cristã passa a ser a principal urgência, pois não
basta recebermos o Batismo se não formos introduzidos numa educação
progressiva, gradual e permanente da fé. A fé deve ser partilhada e
dialogada, porque a comunicação e a linguagem são fundamentais para
alcançar o homem a mulher contemporâneos.
Nossa fé deve impulsionar o ecumenismo e
a unidade dos cristãos, o diálogo e o entendimento entre as religiões,
focalizando a defesa da vida e da integridade do planeta, a manutenção
da paz e o serviço amoroso aos pobres, afirmando a dignidade da pessoa
humana. Ele deve ser um caminho que ofereça alternativas à globalização
perversa e excludente, promovendo um compromisso social em torno do
trabalho decente, a inclusão de todos os povos e nações em prol de um
desenvolvimento integral, solidário e sustentável. Isso nos levará
certamente a aprofundar o vínculo profundo com a caridade.
Madre Teresa de Calcutá sempre dizia: “a
caridade é a fé em ação, e o serviço é a caridade em ação”. Uma fé sem
obras é uma fé morta, como nos exorta o Apóstolo Tiago (Tg 2,14-18). A
fé verifica-se na prática cristã do seguimento de Cristo, que passa pela
opção preferencial pelos pobres. Esse processo precisa ser enraizado
nas culturas, humanizando-as e levando a sua plenitude em Cristo.
Uma fé que não se torna cultura corre o risco de definhar e se perder, ensinou o Beato João Paulo II.
O teologo João Luis Segundo, em seu
grande legado que formou cristãos adultos e responsáveis, sempre
considerava que o fiel cristão contribuía com as outras pessoas com
serviço de sua fé, para juntos buscarem soluções plenamente humanas para
todos.
Que Nossa Senhora, a grande peregrina da
fé, que viveu como perfeita discípula do Senhor e Mãe dos missionários,
nos ensine a caminhar ao encontro do seu Filho. Que ela nos ajude a
percorrer com confiança, alegria e renovado compromisso todas as etapas
da fé, de Nazaré ao Calvário, chegando à gloriosa Ressurreição.
Que o Divino Espírito Santo, que guiou
Maria e a Igreja, que foi o vento impetuoso no Novo Pentecostes do
Concílio Vaticano II, nos confirme na fé, e nos ajude não só a
guardá-la, mas manifestá-la com empenho e ardor.
Calendário do Ano da Fé
- 6 de outubro de 2012: Encontro Pátio dos Gentios em Assis, Itália, com o tema “Deus, esse desconhecido”.
- 7 a 28 de outubro de 2012: Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre “Nova evangelização para a transmissão da fé cristã”.
- 11 de outubro de 2012: Abertura do Ano da Fé na Praça São Pedro.
- 21 de outubro de 2012: Canonização de seis mártires e testemunhas da fé.
- 25 e 26 de fevereiro de 2013: Congresso Internacional em Roma, sobre o tema “São Cirilo e São Metódio entre os povos eslavos”.
- 18 de maio de 2013: Vigília de Pentecostes, presidida pelo Papa com a participação dos movimentos eclesiais.
- 2 de junho de 2013: O papa presidirá a solene adoração eucarística e em todo o mundo, dioceses, paróquias e outras comunidades serão convidadas a promover adorações.
- 22 de junho de 2013: Concerto na Praça de São Pedro para celebrar o Ano da Fé.
- 23 a 28 de julho de 2013: Jornada Mundial da Juventude, na Rio de Janeiro, com a participação do Papa.
- 29 de setembro de 2013: Jornada dos Catequistas e recordação dos 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica.
- 13 de outubro de 2013: Celebração em honra de Nossa Senhora, presidida pelo Papa, com a participação das associações marianas.
- 24 de novembro de 2013: Celebração conclusiva do Ano da Fé.
* Retirado da Revista Ave Maria, ano 114, outubro de 2012, pág. 24 e 25.