terça-feira, 31 de julho de 2012
terça-feira, 24 de julho de 2012
segunda-feira, 16 de julho de 2012
sexta-feira, 13 de julho de 2012
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Carta mensal do Pe. Beraldo, julho de 2012
Carta MCC Brasil – Julho 2012 (155ª.)
Pe. José Gilberto Beraldo
Segundo Assessor Eclesiástico Nacional - MCC do Brasil
“Então (Jesus) pegou o cálice, deu graças e disse: “Recebei este cálice
e fazei passar entre vós, pois eu vos digo que, de agora em diante, não
mais beberei do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus”.
A seguir, tomou o pão, deu graças, partiu-o e lhes deu, dizendo: “Isto é
o meu corpo, que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim”. Depois
da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova
aliança no meu sangue, que é derramado por vós” (Lc 22,17-20).
Meus queridos irmãos e irmãs, partícipes e comensais da Palavra pela comunhão no Corpo e no Sangue de Jesus:
Nossa
última Carta propôs reflexões acerca do mistério trinitário e, com
isto, ocupou todo o habitual espaço de quase duas páginas. Deixamos,
portanto, de tratar de outro mistério central da nossa fé, a Eucaristia,
uma vez que naquele mesmo mês celebramos a desta do Corpus Christi, ou
seja, do Corpo de Cristo. Vamos refletir, então, neste mês, sobre a
Eucaristia na vida da Igreja e em nossa própria vida. E vamos fazê-lo
orientados por dois documentos do magistério eclesiástico e que se nos
apresentam como de suma importância: o Documento de Aparecida (DAp) e a
Exortação Apostólica “Verbum Domini” (VD).
1. A Eucaristia no Documento de Aparecida (DAp). A
Eucaristia aparece 32 vezes em todo o DAp. Trata-se, portanto, de um
tema transversal, isto é, um tema que é como que um fio condutor das
reflexões e propostas do documento. Sendo assim, temos que escolher
apenas alguns parágrafos para nossa reflexão, deixando aos caros
leitores uma “santa curiosidade” para buscar outros pontos igualmente
importantes. Como motivação para leitura e reflexão, cito literalmente
alguns trechos de cada parágrafo dos documentos, colocando como abertura
de cada um, um título que resume o seu conteúdo principal. Assim o faço
para que você mesmo, meu caro leitor, leitora, possa descobrir a
riqueza nele contida.
a) A Eucaristia, “fonte e ponto mais alto da vida cristã”.
“Igual às primeiras comunidades de cristãos, hoje nos reunimos
assiduamente para “escutar o ensinamento dos apóstolos, viver unidos e
participar do partir do pão e nas orações” (At 2,42). A Eucaristia,
participação de todos no mesmo Pão de Vida e no mesmo Cálice de
Salvação, faz-nos membros do mesmo Corpo (cf. 1 Cor 10,17). Ela é a
fonte e o ponto mais alto da vida cristã, sua expressão mais perfeita e o
alimento da vida em comunhão. A Igreja que a celebra é “casa e escola
de comunhão” onde os discípulos compartilham a mesma fé, esperança e
amor a serviço da missão evangelizadora” (DAp158).
b) A Eucaristia, “lugar privilegiado do encontro do discípulo com Jesus Cristo”.
“A Eucaristia é o lugar privilegiado do encontro do discípulo com Jesus
Cristo. Com este Sacramento, Jesus nos atrai para si e nos faz entrar
em seu dinamismo em relação a Deus e ao próximo. Há um estreito vínculo
entre as três dimensões da vocação cristã: crer, celebrar e viver o
mistério de Jesus Cristo, de tal modo, que a existência cristã adquira
verdadeiramente uma forma eucarística. Em cada Eucaristia, os cristãos
celebram e assumem o mistério pascal, participando n’Ele. Portanto, os
fiéis devem viver sua fé na centralidade do mistério pascal de Cristo
através da Eucaristia, de maneira que toda sua vida seja cada vez mais
vida eucarística. A Eucaristia, fonte inesgotável da vocação cristã é,
ao mesmo tempo, fonte inextinguível do impulso missionário. Ali, o
Espírito Santo fortalece a identidade do discípulo e desperta nele a
decidida vontade de anunciar com audácia aos demais o que tem escutado e
vivido” (DAp251).
c) A Eucaristia, “alimento para o caminho”. “Em sua
palavra e em todos os sacramentos Jesus nos oferece um alimento para o
caminho. A Eucaristia é o centro vital do universo, capaz de saciar a
fome de vida e de felicidade: “Aquele que come de mim, viverá” (Jo
6,57). Nesse banquete feliz participamos da vida eterna e, assim, nossa
existência cotidiana se converte em uma Missa prolongada. Mas todos os
dons de Deus requerem uma disposição adequada para que possam produzir
frutos de mudança. Especialmente, nos exigem um espírito comunitário,
que abramos os olhos para reconhecê-lo e servi-lo nos mais pobres: “No
mais humilde encontramos o próprio Jesus”200. Por isso, São João
Crisóstomo exortava: “Querem em verdade honrar o corpo de Cristo? Não
consintam que esteja nu. Não o honrem no templo com mantos de seda
enquanto fora o deixam passar frio e nudez” (DAp 354).
2. A Eucaristia na “Verbum Domini” (VD)
a) A relação essencial entre Jesus- Palavra do Pai e a Eucaristia.
“Quanto foi dito de modo geral a respeito da relação entre Palavra e
Sacramentos, ganha maior profundidade aplicado à celebração eucarística.
Aliás, a unidade íntima entre Palavra e Eucaristia está radicada no
testemunho da Escritura (cf. Jo 6; Lc 24), é atestada pelos Padres da
Igreja e reafirmada pelo Concílio Vaticano II. A este
propósito, pensemos no grande discurso de Jesus sobre o pão da vida na
sinagoga de Cafarnaum (cf. Jo 6, 22-69.... De fato, o discurso sobre o
pão evoca o dom de Deus que Moisés obteve para o seu povo com o maná no
deserto, que na realidade é a Torah, a Palavra de Deus que faz viver
(cf. Sl 119; Pr 9, 5). Em Si mesmo, Jesus torna realidade esta figura
antiga: «O pão de Deus é o que desce do Céu e dá a vida ao mundo. (...)
Eu sou o pão da vida» (Jo 6, 33.35). Aqui, «a Lei tornou-se Pessoa.
Encontrando Jesus, alimentamo-nos por assim dizer do próprio Deus vivo,
comemos verdadeiramente o pão do céu». No discurso de Cafarnaum,
aprofunda-se o Prólogo de João: se neste o Logos de Deus Se faz carne,
naquele a carne faz-Se «pão» dado para a vida do mundo (cf. Jo 6, 51),
aludindo assim ao dom que Jesus fará de Si mesmo no mistério da cruz,
confirmado pela afirmação acerca do seu sangue dado a «beber» (cf. Jo 6,
53). Assim, no mistério da Eucaristia, mostra-se qual é o verdadeiro
maná, o verdadeiro pão do céu: é o Logos de Deus que Se fez carne, que
Se entregou a Si mesmo por nós no Mistério Pascal” VD 54a).
b) No diálogo com os discípulos de Emaus, a Palavra –Jesus faz-se Eucaristia.
“A narrativa de Lucas sobre os discípulos de Emaús permite-nos uma
reflexão subsequente acerca do vínculo entre a escuta da Palavra e a
fracção do pão (cf. L c 24, 13-35).” Jesus foi ter com eles no dia
depois do sábado, escutou as expressões da sua esperança desiludida e,
acompanhando-os ao longo do caminho, «explicou-lhes, em todas as
Escrituras, tudo o que Lhe dizia respeito» (24, 27). Juntamente com este
viajante que inesperadamente se manifesta tão familiar às suas vidas,
os dois discípulos começam a ver as Escrituras de um novo modo. O que
acontecera naqueles dias já não aparece como um fracasso, mas
cumprimento e novo início. Todavia, mesmo estas palavras não parecem
ainda suficientes para os dois discípulos. O Evangelho de Lucas diz que
«abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-No» (24, 31) somente quando
Jesus tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lho deu; antes, «os seus olhos
estavam impedidos de O reconhecerem» (24, 16). A presença de Jesus,
primeiro com as palavras e depois com o gesto de partir o pão, tornou
possível aos discípulos reconhecê-Lo e apreciar de modo novo tudo o que
tinham vivido anteriormente com Ele: «Não estava o nosso coração a
arder, quando Ele nos explicava as Escrituras?» (24, 32). (VD 54)
c) A Palavra de Deus conduz necessariamente à Eucaristia. “Vê-se
a partir destas narrações como a própria Escritura leva a descobrir o
seu nexo indissolúvel com a Eucaristia. «Por conseguinte, deve-se ter
sempre presente que a Palavra de Deus, lida e proclamada na liturgia
pela Igreja, conduz, como se de alguma forma se tratasse da sua própria
finalidade, ao sacrifício da aliança e ao banquete da graça, ou seja, à
Eucaristia». Palavra e Eucaristia correspondem-se tão intimamente que
não podem ser compreendidas uma sem a outra: a Palavra de Deus faz-Se
carne, sacramentalmente, no evento eucarístico. A Eucaristia abre-nos à
inteligência da Sagrada Escritura, como esta, por sua vez, ilumina e
explica o Mistério eucarístico. Com efeito, sem o reconhecimento da
presença real do Senhor na Eucaristia, permanece incompleta a
compreensão da Escritura. Por isso, «à palavra de Deus e ao mistério
eucarístico a Igreja tributou e quis e estabeleceu que, sempre e em todo
o lugar, se tributasse a mesma veneração embora não o mesmo culto.
Movida pelo exemplo do seu fundador, nunca cessou de celebrar o mistério
pascal, reunindo-se num mesmo lugar para ler, “em todas as Escrituras,
aquilo que Lhe dizia respeito” (L c 24, 27) e atualizar, com o memorial
do Senhor e os sacramentos, a obra da salvação» (VD 55).
Termino
desejando que meus caros leitores e leitoras possam encontrar proveito e
inspiração nestes Documentos do nosso Magistério para viver cada vez
mais intensamente, tanto a Palavra de Deus que a prepara como a
Eucaristia que a completa no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo. Abraço fraterno do irmão e amigo,
Segundo Assessor Eclesiástico Nacional - MCC do Brasil
sexta-feira, 6 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Assinar:
Postagens (Atom)